Uma Comunidade Incrível

Group of friends at the park holding hands and rise up

Olá, aqui é o Carlos.

No último mês, 7 de cada 10 pessoas que compraram cigarros pensaram em parar de fumar. Isso aconteceu com você? Talvez você faça parte desse grupo.

Ou seja, há uma Comunidade Incrível de pessoas desejosas de viver Vida Nova sem cigarro.  Clique Aqui

Porque essas pessoas não se transformaram AINDA em ex-fumantes? O que as impediu de deixar o cigarro?

Segundo Aleen Carr, o autor do livro Easy  Way,  o Grande obstáculo que impede milhares de pessoas a pararem de fumar chama-se MEDO.

Por isso, a cada ano 100 pessoas tentam parar de fumar sozinhas,  mas apenas 3 conseguem. (Dados do INCA)

Diz Aleen Carr que todo fumante, no fundo, sofre com o terrível MEDO DE PARAR DE FUMAR. O medo é uma reação a um perigo eminente. Esse perigo na mente do fumante pode assumir vários aspectos:

Medo de sofrer…

Medo de não conseguir…

Medo do fracasso…

Medo de perder o companheiro (amigo)…

Medo de sentir-se abandonado…

Medo de engordar…

Medo de continuar vivo…

Qual desses medos é o mais forte para você?

Esses medos impedem você de tomar a decisão de parar de fumar.

Para Allen Carr esse medo assume a forma de um pequeno monstro que se alimenta de nicotina. Eu prefiro chama-lo de fantasma.

Toda vez que você fuma esse fantasma que se alimenta de nicotina fica mais forte. A nicotina é a sua comida, a sua força.

Mas quando você pensa em parar de fumar, ou deixa de fumar, esse fantasma entra em desespero, chora, esperneia, e faz de tudo para você acender um cigarro.

Você já percebeu isso?

Pois é, ele não é tão forte assim. Perceber isto fez,  nos últimos 10 anos, o número de fumantes no Brasil cair pela metade.  Eles desmascaram a força desse pequeno monstro.

Eu mesmo ajudei  a centenas de pessoas a pararem de fumar. Elas descobriram que são mais fortes do que esse fantasma. Perderam o medo dele. E pararam de fumar em menos de 2 meses.

Quando você perceber que esse fantasma não é tão forte assim, você vai parar de fumar rapidinho. Clique Aqui

Caso queira mais informações sobre isso, ou tenha alguma dúvida, é só comentar esse post, ou enviar uma mensagem in box (Facebook) que lhe responderemos.

Um grande abraço,

Carlos Augusto

PS: Saiba Como Parar de Fumar, Fumando, em Apenas 2 Meses.

Psicólogo

Fone (19) 3241-3281

Tabaco Ilegal: Cuidado

자동차라이프0003

O Dia Mundial Sem Tabaco comemorado em 31 de Maio de 2015 teve como tema o Tabaco Ilegal.

Porque cuidado? Acaso o tabaco legal também não oferece perigo? Senão, porque 200 mil mortes por ano como fruto do tabagismo legal? Porque 7 mortes/dia fruto da Fumaça Ambiental do Tabaco legal? Isso é legal?

No início não entendi o motivo desse tema do Tabaco ilegal ou comercio ilegal. Aos poucos, fui lembrando das notícias de ausência de controle da produção, armazenamento, distribuição que a ANVISA tem sobre o tabaco legal no Brasil. Sobre o tabaco ilegal, nenhum controle há.

O tabaco ilegal que circula no Brasil é produzido no Paraguai. Até ai nenhuma novidade. A grande questão é ALTO ÍNDICE DE NICOTINA que há na folha de tabaco desse país. Um prato cheio para a produção rápida de dependência dos que experimentam pela primeira vez, e o aumento do grau de dependência dos que já fumam.

Vendido a granel nas bancas dos camelôs, com preço bem abaixo dos cigarros brasileiros, o cigarro ilegal é comprado principalmente pelos mais pobres bem mais barato.

Sem saber, eles estão comprando um cigarro que até estrume de vaca já foi encontrado. Sinceramente, se tivesse somente estrume de vaca, seria menos perigoso.

Segunda a Veja, é bem pior que isso: indigestos pedaços de barbante, grãos de areia, insetos, bichos de fumo, capim, sementes de ervas e plástico. E a lista continua, pêlo de rato, asas de inseto… Não, não é uma receita qualquer de bruxaria. Esses ingredientes estão na composição dos cigarros falsificados e contrabandeados para o Brasil.

O problema é a nicotina turbinada que há, e que causa mais dependência, e portanto, mais gasto de dinheiro para comprar cigarro. Além dos índices de alcatrão e monóxido de carbono muito acima dos permitidos pela ANVISA.

A indústria do tabaco, que segundo seus documentos oficiais, mandava seus produtos para fora do pais, e depois os reenviava para cá ilegalmente para não pagar impostos, agora condena a prática da ilegalidade. Mas ela é beneficiada com isso, pois mais consumidores ela terá para seus produtos.

E que dizer do crime organizado? Uma rede criminosa detém o contrabando e a distribuição do tabaco ilegal. Comprar estes cigarros é financiar esta rede criminosa. Esta rede alicia pessoas em cidades do interior oferecendo compra de carros com o dinheiro ilegal, e depois usa estes carros para realizar o contrabando. Para guiar estes carros alicia rapazes da idade de 20 anos para fazer o transporte ilegal.

Quando a Policia Federal consegue detectar o contrabando, apreende o carro e o motorista. Famílias de pessoas honestas e trabalhadoras, ingênuas, e que se tornaram fora da lei, se desesperam. Então percebem o alto custo do dinheiro fácil do crime organizado. Comprar tabaco ilegal é alimentar essa cadeia criminosa destruidora de famílias.

O Tabaco ilegal só é legal para a indústria do tabaco. Para você ainda consumidor, CAIA FORA DO TABACO, legal ou ilegal, não importa.

 Carlos Augusto Rodrigues de Souza

Psicólogo – Psicoterapeuta

PS: Para saber Como Parar de Fumar, fumando, em Apenas 2 Meses – Clique Aqui Agora

O drama do feto que fuma… a proteção da gestante e seu bebê

Amorevole abbraccio

O Bebê fuma? O que acontece quando uma mãe gestante fuma, ou convive num ambiente em que se respira a fumaça do cigarro? Como parar de fumar? Estas são algumas questões que me foram feitas depois de meu artigo anterior sobre dependência química.

Para Saber Mais, Clique Aqui Agora

Em minha prática clínica já atendi gestantes fumantes que não estavam conseguindo parar de fumar, e que buscaram tratamento para proteger seus bebês dos efeitos da fumaça de cigarro. Elas tinham consciência que estavam fazendo mal a si mesmas e ao feto.

De forma preliminar, é importante esclarecer que não importa se a mãe fuma, ou convive num ambiente em que se respira a fumaça do cigarro. O efeito é o mesmo. A fumaça ingerida pelo fumante passivo tem 3 vezes mais nicotina, 3 vezes mais dióxido de carbono e 50 vezes mais substâncias cancerígenas que a fumaça ingerida quando se fuma ativamente.

O que acontece com o corpo da gestante, e com seu bebê ao fumar? Ele recebe menos oxigênio e nutriente do que o necessário para o seu desenvolvimento, e por isso entra em sofrimento.

Imagine que seu corpo tem muitos vasos sanguíneos, que são as estradas por onde são transportados oxigênio e nutriente. Os carros que fazem este transporte são as células hemácias.

Quando você fuma, o seu vaso sanguíneo que tinha a dimensão de uma estrada de duas pistas, fica somente com uma. Chamamos isto de vasoconstrição. Com a diminuição do calibre do vaso sanguíneo, as hemácias que trafegavam com liberdade e rapidez, agora vão devagar. O problema é que o órgão que está precisando de oxigênio por causa do esforço de suas atividades, se não recebe oxigênio e nutriente na hora e na quantidade suficiente, entra em sofrimento.

A mãe gestante, está num lindo momento criativo. Possivelmente, o mais significativo de sua vida, pois seu bebe está sendo criado. Por isso, ela precisa de muita energia, nutriente, força, continuamente e na quantidade suficiente.

O problema é: o que acontece com os vasos sanguíneos da mãe gestante, também acontece com sua placenta por onde o bebê é alimentado. A placenta também sofre vasoconstrição (diminuição do calibre) que faz seu bebê receber menos sangue (nutrientes e oxigênio) do que precisa. Então ele sofre.  Para agravar ainda mais a situação, o sangue insuficiente que o bebê recebe vai misturado com dióxido de carbono, ingrediente tóxico (o mesmo que saí do escapamento do carro) que causa sofrimento ás células. Isto interfere no desenvolvimento do bebê, em que ele nasce com baixo peso,  podendo ter complicações ainda mais graves.

A boa notícia é que quando a mãe está gestando, seu corpo parece rejeitar o cigarro antes prazeroso. Penso que o corpo rejeita por “perceber” o sofrimento do bebê. O importante é a gestante aproveitar esta brecha de rejeição do seu corpo à nicotina para parar de fumar. Infelizmente, quando passa a gestação, a maioria das mães fumantes voltam a fumar a mesma quantidade de antes da gestação porque não aproveitaram para, de fato, pararem de fumar durante essa janela de oportunidade psíquica e biológica.

Hoje os Centros de Saúde em Campinas e a Unicamp disponibilizam ajuda para parar de fumar. Tive a oportunidade, como psicólogo, de coordenar junto com mais duas profissionais dentista e clínico geral um grupo de tabagismo no Centro de Saúde Costa e Silva em Campinas por oito anos, que continua em funcionamento.

Na Clínica de Psicologia Espaço Kairós oferecemos grupos de tabagismo e apoio às mães gestantes que queiram parar de fumar. Seus bebês agradecerão, pois seu primeiro e mais significativo ambiente (o útero) terá ar puro, nutriente em abundância, e livre das mais de 4.700 substâncias tóxicas do cigarro.

Para saber mais, Clique Aqui Agora

Carlos Augusto Rodrigues de Souza

Psicólogo – Mestre em Psicologia Clínica

Rua Gonçalves Cesar, 86 sala 5 – Guanabara

Campinas SP

Fone: 19 3241-3281

“Bate outra vez a esperança no meu coração…”: enfrentando o ciclo da dependência química.

zirveye ulaşma başarısı

Nestes últimos 10 anos, além do atendimento clínico em psicoterapia e análise, acompanhei pessoas em situação de dependência química, individualmente e em grupo. Organizei vários grupos de tabagismo, e ajudei muitas pessoas a pararem de fumar, e a ficarem abstinente de outras tipos de drogas. Clique Aqui e Saiba Mais

Através do tabagismo, tive a oportunidade de cuidar de pessoas com vários tipos de dependência: maconha, cocaína, ecstasy, ácidos, álcool e outras drogas. Uma das coisas que aprendi com meus pacientes nestes anos, confirmada pela pesquisa acadêmica, é que o prazer que se busca na droga, nunca é maior que o prazer imaginado antes do seu uso.

Ninguém usa droga porque é uma pessoa é ruim. A pessoa usa droga porque a droga dá prazer. Se a droga fosse ruim, ninguém a usaria. A droga é usada porque dá prazer ao usuário. E ele busca esse prazer, a ponto de isso dominar a sua vida, através de um “impulso escravizador de sentir-se bem”.

É um momento em que a droga é buscada não somente porque dá prazer, mas principalmente porque ela alivia os sintomas que surgem quando a pessoa diminuiu ou para de usar a droga. É a busca da droga por causa do alivio e não por causa do prazer. Isso é chamado de patologia da vontade.

Depois de um tempo sem a droga, a pessoa, sem perceber, começa a buscar a droga. O corpo manifesta uma leve agitação, que vai aumentando, e a pessoa fica inquieta, não consegue focalizar atenção nas coisas, a irritação aparece, e uma sensação de vazio toma conta da sua alma e mente, vem a sensação de tédio, ela fica ansiosa ou triste, e aí como consolo ou solução, a imagem da droga começa a aparecer em sua mente.

Essa imagem se intensifica, e a pessoa começa a se ver ingerindo, ou inalando. A imagem vai ficando cada vez mais forte, e o desejo intenso pela droga se instala. Nesse processo, a pessoa já começa a sentir prazer. O prazer não vem depois, ele já nasce aí, e vai ficando cada vez mais forte.

Porque isto acontece? Quando a pessoa se depara com situações, sentimentos, espaços, objetos ou pessoas que lembram o uso, ela começa a imaginar o prazer da droga. Naquele momento, em sua mente, através de processos bioquímicos, inicia a liberação da substância chamada dopamina. Essa substancia também é liberada pela nicotina, pela cocaína, etc. Mas antes é liberada quando a pessoa começa a imaginar a droga inalada passando por suas narinas, descendo pela sua garganta e invadindo o seu corpo.

A pessoa vai para o uso incitada pelo prazer da imaginação, e quando usa, vêm a decepção: o prazer não é o mesmo. Ele é menor ou, até mesmo, ruim. E quando é ruim ela se depara com uma “bad trip” (má viagem). Então a pessoa se culpa, sente-se envergonhada, culpada, e promete para si que nunca mais vai usar de novo. E vem o ciclo: culpa – tristeza – raiva – calmaria – tedio – insatisfação – ansiedade – fantasia – início e intensificação do prazer (imaginação) – busca da droga – uso – culpa…. e o ciclo recomeça. Como romper esse ciclo vicioso? Clique Aqui e Saiba Mais

A resposta é complexa. Esse ciclo não se dá num vazio, envolve a pessoa, sua história, sua família, suas instituições de pertencimento, amigos, disponibilidade da droga em seu meio, disponibilidade de instituições de apoio e tratamento, etc…

Porém, dentro dessa complexidade, uma vez que a pessoa consegue romper com esse ciclo, ela se coloca no caminho da transformação. Um primeiro passo é reconhece-lo, e pensar e refletir sobre as estratégias possíveis dentro de sua própria vida.

Há algumas instituições públicas e privadas de apoio com estratégias e recursos possíveis para enfrentar essa roda viva, ou roda da morte: Centro de atenção psicossocial álcool e drogas – (CAPS Ad), hospitais e clínicas de recuperação com e sem orientação religiosa, alcoólicos anônimos, narcóticos anônimos, Amor Exigente, psicoterapias, grupos de apoio sem e com orientação religiosa.

O importante é a pessoa não desistir de si. Não importa se você já fez várias tentativas. Penso que suas tentativas anteriores de abstinência podem servir de trampolim para você entender melhor o seu funcionamento, e assim, ter melhor êxito na próxima tentativa, dentro de seus objetos. O importante é pensar que não há tratamento mal sucedido. Quanto mais tentativas você fizer, mais próximo você vai estar de parar definitivamente. O fracasso é desistir de si. Por isso, não desista de si. Tente outra vez.

Para ter mais informações sobre tratamento, Clique Aqui Agora

A doença do desenraizamento

forest waterfall

Em Fevereiro de 2015 reiniciamos os atendimentos em psicoterapia de base analítica aos pacientes em nossa Clínica de Psicologia Espaço Kairós.

Nosso ofício é acompanhar e ajudar pessoas (jovens e adultos) com sofrimento na mente, no ser, na alma. Sofrimentos que geralmente aparecem com roupagens pouco convencionais, e que necessitam de um manejo e atenção complexos. Para isso precisam ser reconhecidos por nós, profissionais.

Um exemplo disso é o que Simone Weil chama de a doença do desenraizamento. Modalidade de sofrimento que encontramos em nossa clínica. São pessoas que se sentem sem raizes, soltas na vida, sendo jogadas de um canto a outro e sem destino. É o sofrimento daqueles que se sentem sem lugar no mundo. A questão é que elas não se sentem enraizadas no coração de outra pessoa, de uma pessoa que lhe seja significativa.

Esta modalidade de sofrimento, gera duas consequências terríveis para a pessoa que sofre, e para aqueles que convivem com ela no trabalho, na família ou em outros espaços: a violência, que gera mais desenraizamento, e a inércia da alma. Alma no hebraico é vento, e vento se movimenta. Uma alma inerte, não se movimenta, está paralisada em seu ser, pesada. Assim são as pessoas que vivem esse estado de ser.

Aparentemente diferentes, a violência e a inércia da alma, são expressões de uma vida que se definha e pede socorro. A questão é se esse pedido de socorro pode ser ouvido pela própria pessoa (o que a levará a procurar ajuda), e pelos que estão à sua volta (em propor, indicar e buscar a ajuda adequada).

Nessa compreensão, somos como árvores plantadas que crescem, tem o seu ritmo próprio, o seu tempo de florescer e dar frutos. Árvores abrigam os pássaros e fornecem-lhes o alimento necessário, lhes permitindo cantar sua alegria. Sua beleza e saúde alegra nossos corações. Sua interação é viva, o vento toca suas folhas, ela responde com suavidade e intensidade. Ela está integrada ao movimento da vida com toda sua singularidade.

Essa metáfora vegetal sobre natureza humana, proposta por Simone Weil, é sensível a um aspecto bem peculiar do desenraizamento que vivemos atualmente em nosso mundo moderno, que é a forma como tratamos a natureza, as árvores, os rios, as nascentes, enfim, o meio ambiente. Ela resgata uma interação e compreensão que estão sendo perdidas, e em muitos aspectos tem se voltado contra nós mesmos.

 

Carlos Augusto Rodrigues de Souza

Psicólogo – Mestre em Psicologia Clínica

Fone: (19) 3241-3281

Os pensamentos estão sendo roubados pelo computador: O que fazer?

Young woman suffering from a severe depression/anxiety

A doença mental é democrática, atinge todas as classes sociais. Quando uma família detecta em seu meio alguém com sofrimento mental agudo, surgem as questões: O que fazer? Para onde levar? Como cuidar da melhor maneira? Internar ou não internar? Onde? São questões que exigem uma ação rápida.

Em meu artigo “Para dizer que não falei…” trato do cuidado ao paciente com pensamento ou tentativa de suicídio. Informo que é preciso leva-lo a um profissional de saúde mental, psicólogo ou psiquiatra para avaliação, ou diretamente a um pronto socorro se o paciente está em crise (agitado). Pois, se a tentativa de suicídio foi realizada necessita-se de um manejo complexo de cuidado (atenção de vários profissionais, remédios, aparelhos, etc.). Estes são casos agudos, e no pronto socorro ele vai poder ser medicado, monitorado e cuidado na crise.

Isso vale também, para outros transtornos de características psicóticas, em que o paciente diz estar ouvindo vozes, sentindo-se perseguido, isolado, relata que está vendo vultos, que o jornal da televisão está contando sobre sua vida, ou seus pensamentos estão sendo roubados pela TV ou computador. Principalmente, se há agitação intensa, e percebe-se que a vida do paciente está em risco. O melhor caminho é leva-lo ao pronto socorro, antes de ir a um consultório particular. Lá ele vai ser medicado e monitorado, e quando sair da crise, será encaminhado aos profissionais de saúde mental (psicólogo e psiquiatra, Terapeutas ocupacionais) para continuar o tratamento, seja na rede pública ou privada.

Se a pessoa vai ao Centro de Saúde (CS), ela será recebida pelo clínico geral ou equipe de saúde mental (psiquiatra, psicólogo e terapeuta ocupacional).  Diagnosticada a crise aguda, que precisa de mais atenção, ela será encaminhada ao CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) ou ao pronto socorro se houver a necessidade de internação. Ao sair da crise no CAPS, ela será reencaminhada de volta ao Centro de Saúde para continuar o tratamento com a equipe de saúde mental do CS.

Estes manejos surgem quando alguma coisa aconteceu, ou a família tem certeza que a pessoa não está bem. Geralmente a pessoa já não estava bem a muito tempo e a família não tinha percebido. A questão é: como posso perceber quando alguém de minha família ou eu mesmo preciso de ajuda de um profissional da saúde mental? Como me antecipar à crise? Esta é uma pergunta que beira a ansiedade.

No caso da pessoa psicótica, antes a pessoa era falante, sorria, se divertia, e de repente ficou quieta, parecendo que está com medo ou desconfiada, não quer contato, não fala coisa com coisa. Ela se isola, ou fica extremamente falante, como nunca foi, e a família fica preocupada, pois percebe que a pessoa está estranha, e seus comportamentos estranhos também. Isso pode acometer jovens e até idosos.

É verdade que cada transtorno mental tem suas peculiaridades e seus arranjos sintomatológicos. O importante é perceber, no caso de um transtorno psicótico, esse elemento estranho, de mudança repentina que acomete ao outro. Ai é importante levar em conta algo não é matemático, a intuição. Essa percepção que temos para além dos fatos, sobre alguma coisa, ou sobre uma pessoa, ou sobre si. E esta intuição nos mostra que algo no outro que não está batendo, no pensamento e no sentimento, que passa como algo vago, distante, diferente, anormal. E a gente sente isso no corpo, no pensamento, e na alma.

Freud chama isso de transferência. A transferência é essa “verdade” que vem do outro em forma de sentimento e nos informa. Essa informação chega nos desorganizando, causando  estranheza em nós, bloqueando nosso pensamento e ação. Neste caso precisamos conversar com alguém de fora da família sobre o que está acontecendo com a pessoa, e o que estamos percebendo. E o mais indicado é um profissional de saúde.

Mas, e se você percebe em si uma sensação de estranhamento, um vazio que você não sabe exatamente  de onde vem ou como chegou, e um tédio que não vai embora, a despeito de sua vida estar aparentemente arrumada, organizada e completa? Isso não é uma psicose, mas vale uma boa conversa.

Carlos Augusto Rodrigues de Souza

Psicólogo

Mestre em Psicologia Clínica (PUC-SP)

Fone: 3241-3281

Narguilé: brincando com a morte

hookah 111O uso do narguilé é a “nova onda” entre adolescentes e jovens brasileiros. Criado na Índia, o cachimbo de água, tornou-se conhecido na China no consumo do ópio. Aqui o narguilé se popularizou como uma forma de consumir nicotina em grupo, e até maconha.

O que chama a atenção no uso do “cachimbo de água” é a transformação do consumo em um momento brincante. Uma das brincadeiras dos jovens, ao fumar o narguilé, é soltar círculos perfeitos de fumaça no ar. Há vídeos na internet feitos por jovens mostrando como seus seguidores podem realizar essa e outras proezas. Há também batalhas de fumaças entre os mais experientes, e incentivos para a participação em cursos em que se ensina essa “arte”. “Ele ensina você a fazer uma água viva de fumaça, um redemoinho de fumaça…”, diz uma adolescente de 15 anos.

A indústria do tabaco deve estar dando pulos de alegria. Usando o narguilé os adolescentes e jovens ficam dependentes do tabaco se divertindo, e muitas vezes com a anuência de seus pais. A nicotina presente no tabaco causa mais dependência do que todas as outras drogas. É a que mais mata também. E estes jovens estão se tornando dependentes dentro de sua casa, na casa de amigos.

Segundo dados da ONU 90% das pessoas que fumam começaram a fumar até os 19 anos de idade. Isso eu constatei nos diversos grupos para parar de fumar que organizei. Ou seja, o tabagismo é uma doença pediátrica, doença de crianças, que por causa da dificuldade de pararem de fumar, chegam a idade adulta ainda fumando, conforme afirmou o Dr. João Paulo Becker Lotufo, professor de pediatria da USP.

Um adolescente dependente de nicotina tem dificuldades em prestar atenção na aula, conforme ouvi dos estudantes fumantes nos grupos de tratamento e palestras que dei em escolas de Campinas e região. Isto porque trinta minutos depois de fumar a sensação de mal estar da abstinência se manifesta no corpo e na mente. A agitação, a irritação e o desejo intenso de fumar tomam conta do adolescente, e a única coisa que ele consegue pensar é no cigarro.  E esse é apenas um dos malefícios dessa doença, atrapalhar o desempenho escolar do seu filho.

Uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, tempo em que o adolescente consome uma quantidade de fumaça de cigarro equivalente a 100 cigarros. Eu disse 100 cigarros! Sem falar no risco da hepatite C, vindo com o compartilhamento do bocal do narguilé entre os usuários da roda.

Duas adolescentes vieram falar comigo na saída da escola depois de uma conversa com sua classe sobre tabagismo. “Como eu faço para parar de fumar? Eu preciso parar.” Eu perguntei: “Porque?” Ela disse: “Eu fumo dois maços de cigarro por dia.” Essa jovem tinha apenas 16 anos de idade. Esta conversa possibilitou coordenarmos um grupo de tabagismo com os adolescentes em sua escola.

É importante  o cuidado da saúde dos jovens e adolescentes. Vamos protege-los dessa indústria da morte, que é a indústria do tabaco, e dos artifícios supostamente lúdicos de produção da doença tabágica.

Seu sofrimento é único

monarch butterfly

A resistência em tratar um sofrimento psíquico (mental) é natural. Num primeiro momento, hesitamos. Depois, assumimos que precisamos de ajuda, e o procuramos. Mas, há aqueles que ignoram, escondem, guardam e carregam o sofrimento dentro de si. Até que num determinado momento este sofrimento se impõe e transborda. E quando o sofrimento transborda não tem mais jeito. A necessidade de ajuda é urgente.

Ajuda urgente significa que a pessoa não consegue mais trabalhar, sente-se estagnada, o relacionamento afetivo fica insuportável, e a pessoa não aguenta mais a si mesma. Sua mente trava, e seu corpo grita através de várias dores. São sintomas das mais variadas ordens. Estes sintomas são formas de ordenar, de organizar o próprio sofrimento.

Não poucas vezes fui indagado se já tratei de pessoas com determinado sintoma. A resposta é sim e não. Sim já tratei de pessoas deprimidas, ansiosas, com problemas psicossomáticos e problemas em seus relacionamentos, pânico, e por aí vai. Mas estas formas de organização do sofrimento são apenas a ponta do iceberg.

Cada pessoa é única, e sua história singular. Logo, seu sofrimento também será único e singular. Mesmo que seus sintomas sejam semelhantes a uma organização depressiva, por exemplo, sua depressão será única no mundo. Não existirá nenhuma semelhante à sua.

Por isso, mesmo com todo conhecimento e experiência profissional, diante de um paciente novo…  sei que aquela experiência será diferente, que terei diante de mim uma pessoa que porta uma verdade sobre si e sobre o mundo únicas, que só ela tem. Seu percurso psicoterápico, portanto, será único, singular, e novo.

O sofrimento tem uma organização que comunica algo sobre a vida da pessoa. Mais ainda, ele mostra o quanto esta pessoa é potente. Mas esta potência, que neste momento, gravita em torno do sofrimento, faz falta em outras áreas de sua vida.

É isso que dá a ela a sensação de falta de energia e de vazio. A pessoa desloca uma força significativa para conter o próprio sofrimento. À medida que a pessoa vai sendo cuidada, sua força vai sendo liberada, para ser usada de forma criativa, em prol de si mesma, do próximo, e de seus projetos de vida.

Para não dizer que não falei……..

Depressed Teenage Girl

Eu prefiro não falar desse tema. Dele só se fala baixinho, quase sussurrando. Ninguém gosta de falar dele. É vergonhoso. Imagina se descobrem que alguém da família foi acometido de tamanho mal. O que vão dizer de mim?

O sociólogo Émile Durkheim fez disso o tema de sua pesquisa sociológica. Diz ele que isto acontece sempre que há um estado de anomia na sociedade. Anomia significa ausência de lei, quebra da lei. Ou poderíamos dizer, de uma quebra da lei dentro de si mesmo, psíquica.

Talvez seja por isso. É algo que vai contra a lei. Até boletim de ocorrência tem que fazer. Então é difícil até falar. É como se estivéssemos cometendo um pecado pessoal, social e até espiritual. Quando alguém vive esse drama fora da lei os jornais não noticiam. E se noticiam, dizem que a pessoa foi encontrada. De ativa passa a ser passiva.

Sei que estou enrolando para dizer…. Mas não quero falar. Desse tema só se fala dando voltas, abstraindo, quase dizendo sem dizer, por inferências ou metáforas fora da ordem. Imagino que você sabe do que estou falando, se é que já não desistiu de continuar a leitura.

A questão é que para se chegar onde se chegou a pessoa deu várias voltas e mostras, recados, pedidos de socorro, e não foi ouvida ou entendida. Ou não se sentiu ouvida e entendida apesar dos esforços de quem estava ao lado. Até que chegou num momento sem volta. Então, aconteceu. O que fazer? O que levou a tal ato impensado?

É assim… ela quase disse, deu todas as amostras. Muitas mandam cartas, escolhem os caminhos da execução, preparam o cenário e avisam. Mas quem está ao lado não acredita. Diz de si para si e para outras pessoas, “quem quer mesmo não fala, vai e faz.” Mas não é bem assim.

Se recebo alguém e percebo que sua depressão é avassaladora, pergunto sem rodeios: “Você tem pensamentos de fazer algo contra si? Você pensa em se matar? Você tem planos? O que você pensou? Isto não é indução. O melhor é a pessoa falar para eu poder ajudá-la. Só o fato de falar com alguém, de confiar em alguém já é o início da ajuda à pessoa.

Se alguém chega e diz que vai fazer algo contra si, que já sabe como, e já tem os meios para colocá-lo em pratica, não tenha dúvidas ela vai fazer, aja! Com isso não se brinca. Eu ajo imediatamente. Não quero ter surpresas.

Faço alianças com esta pessoa…Chamo a família e a oriento, e quando não há família chamo os amigos significativos, enfim quem naquele momento pode dar suporte efetivo. Também, encaminho ou levo ao médico ou ao pronto socorro, se não há alguém disponível para isso. Enfim, ajo. A vida é um bem a ser cuidado.

Ah, ia esquecendo de dizer, depois que uma pessoa comete algo contra si, a possibilidade de vir cometer outro ato é altíssima segundo a literatura científica. Então toda ajuda é bem-vinda: as agências de sentido, como as igrejas e instituições de pertencimento, o remédio dado com orientação medica, a psicoterapia, o apoio de amigos e familiares….  Enfim, tudo o que for possível para disponibilizar cuidado efetivo.

É assim a pessoa antes do ato suicida: uma vontade imensa de falar sem se permitir dizer. Uma vontade imensa de gritar sem poder se ouvir, sem se poder dizer, pois lhe falta voz, lhe falta o ar, estrangulada pela angustia que lhe sufoca e quase grita, na ante sala do não ser, em seu estágio final da depressão.

O dia passou e eu não vivi (ou como escrever um diário)

Dear diary

Sabe aquela sensação de que o dia passou e você não viveu? Uma das maneiras para lidar com a esta sensação é tendo um diário.  Você já pensou em ter um diário? Neste texto vou dar à você dicas de como fazer um diário, ou melhor, vou mostrar à você como faço o meu diário.

O diário é um espaço pessoal de encontro consigo mesmo. É aquele tempo de parada, que lhe ajuda a se organizar e colocar uma certa ordem em seu mundo interior, além de  trazer à luz questões ainda não pensadas.

As dicas que lhe dou têm a intenção de propiciar um início, até você achar o seu próprio jeito. Não é para ser algo fechado e pesado. É para ser livre, leve (se possível) e criativo.

Eu divido o meu diário assim:

  1.  Eventos (atividades) do dia.
  2. Sentimentos tido em cada uma das situações ou eventos
  3. Frase do dia
  4. Nome do dia
  5. Presente do dia seguinte
  6. Agenda do dia seguinte

Uso um caderno pequeno, desses de escola de 60 ou 100 páginas. Darei o exemplo de um dia hipotético de como escrevo:

Na primeira linha da página, lugar e data: “Campinas, 10 de Janeiro de 2014.” Colocar o lugar e a data ajuda sua memória e a compreensão.

1.  Eventos (escreva em sequência os principais eventos).

a. Escrita de texto para os amigos da fã page do Espaço Kairós.

b. visita a um amigo

2. Sentimentos (em cada uma das atividades, situações, encontros…)

a. alegria de estar dividindo, de estar contribuindo; satisfação; apreensão de não ser aceito, compreendido….(pode ser sentimentos contraditórios também, não tenha medo das contradições percebidas em você)

b.  acolhimento, doação….

3.  Frase do dia

Uma frase que você ouviu, ou leu ou que criou naquele momento da escrita. É uma frase significativa do dia. A frase diz respeito ao todo, ela abarca, engloba, abre

Ex: Como é bom dividir!

4.  Nome do Dia

O nome do dia fecha, sintetiza, acolhe, reúne a toda a experiência vivida no dia.

Ex: Contribuição

Algumas pessoas costumam dar o nome do dia logo ao acordar. Segundo esta forma de pensar, ao dar o nome do dia logo no inicio dele, você molda o dia, dá identidade a ele, dá um norte a ele, e dá direção aos seus pensamentos, sentimentos e conduta.

5.  Presente do dia seguinte (ou pílula de felicidade para o dia seguinte)

Coisas simples para arejar o coração, de preferência que não precise gastar dinheiro, mas isto também não é uma regra, de vez em quando até faz bem. Ex: dar uma volta na praça na hora do almoço. Sabe aquela sensação de que ninguém lhe ama?

No presente do dia você está dizendo para si mesmo que se importa consigo. É um alimento que nutre o seu interior. Lógico que é importante o amor do outro. Mas quando ele for demonstrado você perceberá, e poderá se alimentar dele também.

6.  Agenda do dia seguinte: 2 ou 3 atividades mais importantes.

O melhor horário para escrever o diário é  pouco antes de  você dormir. Então, desligue o seu computador ou smartphone. É um bom momento para você olhar o seu dia e rememorar os acontecimentos, os sentimentos, dar graças por eles, e estar pronto para dormir.

O diário faz você se sentir presente no dia. Ele ativa a sua percepção para as situações, para as pessoas, e principalmente, à si mesma. Além disso ele faz com que o seu dia não passe em vão, sem que você sinta que ele de fato foi vivido.

Sabe aquela sensação de que o dia passou e você não viveu? Escrevendo um diário, você vai poder qualificar melhor esta sensação, e possivelmente, dar um sentido a ela, e até acabar com ela.  E daí até dormir, é só um “pulinho”.

Mas, se aquela sensação de desconforto ainda persistir, você estará em melhor condição de decidir o que fazer com ela.