2016: O Ano de Suas Conquistas

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O que você planejou fazer em 2015, não conseguiu, e quer conquistar em 2016?

Pesquisa noticiada no programa Manhattan Connection na Globo News em 27/12/2015, relata o que a maioria dos americanos deseja para o ano 2016.

Se você pensou parar de fumar, emagrecer (fazer exercício) e fazer uma poupança, acertou.

Ano após ano as pessoas renovam estes mesmos desejos. Porque é tão difícil alcança-los? Porque para alcança-los você tem de lidar com seus desejos imediatos: fumar, comer e gastar.

E quem está afim de abrir mão de satisfazer seu desejo imediato para ter uma promessa no futuro?

E quais são estas promessas?

Poupar dinheiro: para realizar seus sonhos, para ajudar as pessoas, adquirir um bem, fazer uma viagem, sentir-se livre dos devedores, ter segurança nas emergências, ter liberdade para tomar decisões, enriquecer, ter controle de si.

Emagrecer: sentir-se mais bonita, ter uma saúde melhor, mais qualidade de vida, dormir melhor, sentir-se aceito socialmente, aumento da autoestima, ter mais disposição.

Parar de fumar: ser livre da ansiedade, ficar com a pele mais bonita, ser aceito socialmente, ter disposição física, ter saúde, sentir-se livre.

Alcançar estes alvos é contra cultural. Nossa cultura privilegia a satisfação dos prazeres imediatos, sem se preocupar com o futuro. Estamos falando em adiar o desejo, maneja-lo para… ser livre, ser mais bonit@, ser mais ric@, ou simplesmente ter paz.

No caso da poupança, o economista Shumpeter, viu nó crédito, um dos motores do capitalismo. Mas é justamente o crédito fácil, através dos cartões de crédito, que dificulta a tão sonhada poupança (ou ficar livre das dívidas). A pessoa antecipa a satisfação do seu desejo através do consumo, o credito fácil, compromete o seu salário futuro, inviabilizando a sua saúde financeira.

Mas será que é a questão é só satisfação de desejo? De fato, penso que não. À medida em que a pessoa perde a liberdade de escolha já não estamos mais no campo do desejo, mas da necessidade.  O que temos aí é uma necessidade. No desejo há uma escolha. Na necessidade não há opção, há uma obrigação. Obrigação de fumar, obrigação de ingerir, obrigação de gastar ou comprar. A coisa é um pouco mais embaixo.

Quando falamos de necessidade, obrigação, já estamos no campo das dependências, da doença, ou caminhando em sua direção. E isso exige cuidado, as vezes, ajuda profissional…

Não alcançar estes alvos dá à você a sensação de endividamento.  Endividamento com o corpo, com a mente e com sua saúde financeira, ou seja consigo mesmo.

Você percebe tudo isto, mesmo assim não consegue fazer diferente, por causa do prazer que o comportamento lhe trás. Esse aspecto contraditório em psiquiatria tem no nome de patologia da vontade. Mesmo sabendo que faz mal, você não consegue evitar o comportamento “prazeroso”.

Qual é a saída para esta situação?

1) Pare de se culpar pelo passado.

O que foi feito não vai ser mudado se você ficar se culpando, exaurindo suas forças com seu remorso ou culpa. Não chore pelo leite derramado.

2) Pare de se preocupar demasiadamente com o futuro.

Esta preocupação do futuro é ansiedade. E ansiedade é o mesmo que corpo sem cabeça. A cabeça está pensando lá na frente, e o corpo no presente em estado de orfandade. Você vai precisar da cabeça e do corpo unidos para planejar e realizar ações de enfrentamento dessa situação.

3) Aja Agora

Decida fazer algo por você hoje. O hoje é o que você tem. É o que dá para fazer. Decida enfrentar estas tarefas a partir de agora, Não deixe para amanhã. O ano passado você deixou para amanhã, o ano passou, e vem aí um novo ano. Então, aja agora.

4) Tenha ajuda Profissional 

Segundo pesquisa pelo IBOPE em 2012, 69% dos brasileiros acima de 16 anos de idade não poupam. Ou seja, apenas 29% poupam, e muitos desses contam com ajuda profissional. 70% das pessoas que fumam quiseram parar de fumar no último mês, mas não conseguiram. Aliás, 3 de cada 100 pessoas conseguem sozinhos, segundo o INCA (Instituo Nacional do Câncer)

Isso mostra que a decisão de agir é importante, mas é preciso sustentar a decisão, e a ajuda profissional pode ser um importante fator de sucesso nesta sustentação, para você finalmente alcançar os seus alvos.

Então, bom 2016 para você, e que este seja o Ano da Virada, o Ano das Conquistas,  o Ano de Muitas Realizações.

Grande abraço,

Carlos

Psicólogo/Psicoterapeuta

Mestre em Psicologia Clínica

Fone (19) 3241-3281 ou (19) 99144-4065

 

Fazer Psicoterapia

 

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“Abrir o coração” à outra pessoa, falar do sofrimento e dos sonhos para alguém confiável é saudável, é um presente para a humanidade, recomendado inclusive nas Escrituras, esse tesouro de palavras reunidas, que associa a fala da dor à cura.

A psicanalista francesa Françoise Dolto em Os Evangelhos à Luz da Psicanálise diz que o papel da análise, ou psicoterapia, é possibilitar perdão, ou seja, a pessoa poder se perdoar. Falar a alguém do próprio sofrimento, é como bálsamo refrescante sobre uma ferida aberta. Devidamente cuidada, vai se fechando, fechando… e cicatriza.

Para isso tem que haver a interlocução de alguém idôneo. Suponho que muitos vezes jogamos “pérolas aos porcos”. Ou seja, falamos para pessoas que, mesmo sendo boas e tendo ótimas intenções, não estão preparadas, humana e tecnicamente, e por isso não sabem valorizar nossos sentimentos, e pouco compreendem nossa história. Encontrar alguém idôneo para ouvir é um achado. E isso é possível.

Ao falarmos para uma pessoa idônea sobre o que acontece conosco, novos mundos e possibilidades vão se desenhando para nós. De repente, dizemos coisas que existiam em nosso interior sem nosso conhecimento. É como se disséssemos para dentro de nós mesmos: “Haja luz”. É sempre uma surpresa!

“Abrir o coração”  é retirar de nós entulhos de sofrimentos, cacos de vidas, restos que resistem, e que nos impedem de sermos quem somos ou podemos ser. Mas também é encontrar palavras e sentimentos esquecidos, que vão gerar novas e leves maneiras de viver. Isso não é para qualquer um. É preciso ter coragem. E coragem a gente conquista.

Seu sofrimento é único

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A resistência em tratar um sofrimento psíquico (mental) é natural. Num primeiro momento, hesitamos. Depois, assumimos que precisamos de ajuda, e o procuramos. Mas, há aqueles que ignoram, escondem, guardam e carregam o sofrimento dentro de si. Até que num determinado momento este sofrimento se impõe e transborda. E quando o sofrimento transborda não tem mais jeito. A necessidade de ajuda é urgente.

Ajuda urgente significa que a pessoa não consegue mais trabalhar, sente-se estagnada, o relacionamento afetivo fica insuportável, e a pessoa não aguenta mais a si mesma. Sua mente trava, e seu corpo grita através de várias dores. São sintomas das mais variadas ordens. Estes sintomas são formas de ordenar, de organizar o próprio sofrimento.

Não poucas vezes fui indagado se já tratei de pessoas com determinado sintoma. A resposta é sim e não. Sim já tratei de pessoas deprimidas, ansiosas, com problemas psicossomáticos e problemas em seus relacionamentos, pânico, e por aí vai. Mas estas formas de organização do sofrimento são apenas a ponta do iceberg.

Cada pessoa é única, e sua história singular. Logo, seu sofrimento também será único e singular. Mesmo que seus sintomas sejam semelhantes a uma organização depressiva, por exemplo, sua depressão será única no mundo. Não existirá nenhuma semelhante à sua.

Por isso, mesmo com todo conhecimento e experiência profissional, diante de um paciente novo…  sei que aquela experiência será diferente, que terei diante de mim uma pessoa que porta uma verdade sobre si e sobre o mundo únicas, que só ela tem. Seu percurso psicoterápico, portanto, será único, singular, e novo.

O sofrimento tem uma organização que comunica algo sobre a vida da pessoa. Mais ainda, ele mostra o quanto esta pessoa é potente. Mas esta potência, que neste momento, gravita em torno do sofrimento, faz falta em outras áreas de sua vida.

É isso que dá a ela a sensação de falta de energia e de vazio. A pessoa desloca uma força significativa para conter o próprio sofrimento. À medida que a pessoa vai sendo cuidada, sua força vai sendo liberada, para ser usada de forma criativa, em prol de si mesma, do próximo, e de seus projetos de vida.

2015

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O natal é o nascimento do filho de Deus no mundo. Em nosso calendário o natal anda de mãos dadas com o ano novo. Primeiro vem o nascimento do menino Jesus, e depois o novo ano.

O ano de 2014 ficou velho. Veio o nascimento de Jesus, e nos deu forças para finaliza-lo. É como se estivéssemos sentados na ponte da vida, com Severino de Morte e Vida Severina, refletindo sobre a caminhada, os encontros, suas vitorias e também as derrotas, os dissabores… E de repente, vem a notícia do nascimento do menino. E essa notícia lhe dá forças para dali se levantar e celebrar.

Penso que o nascimento de Jesus vem no fim do ano, para indicar o fim de um ciclo, e o nascimento do novo. 2015 inaugura uma nova era em nossa vida. Uma nova oportunidade para viver.  Alguns estão em férias, outros estão voltando ao trabalho, à escola, mas todos têm a oportunidade de renovar o sentido da própria vida, reafirmar valores, curar feridas abertas, dar significado a própria existência, e reafirmar as alianças de amor.

Tempo (kairós) de oportunidade. Isso é o que foi doado a todos nós de novo. Aliás, isso é perdão. Perdoar é doar a si e ao outro uma nova chance, um nova oportunidade de ser diferente, de pensar, fazer e construir diferente, e de viver melhor.

Como Escolher Um Psicólogo

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“Não deem o que é sagrado aos cães, nem atirem suas pérolas aos porcos, caso contrário, estes as pisarão e aqueles, voltando-se contra vocês, os despedaçarão.” Evangelho de Mateus

Há momentos que desejamos e precisamos que alguém nos ouça de verdade. A medida que o tempo passa, este desejo pode se tornar uma necessidade. E aí surge a pergunta: Com quem posso falar? Quem pode me escutar?

Há riscos quando dividimos com outros os segredos do nosso coração, eles são sagrados para nós. São tão preciosos, que escolho a dedo a quem falar. Pois é ingênuo achar que qualquer pessoa está pronta ouvir o que tenho para dizer. Não está.

Ouvir o outro pode ser uma tarefa penosa para algumas pessoas, por despreparo pessoal e técnico. Há assuntos que a pessoa não aguenta ouvir sem ser afetada. Quando isto acontece ela passa a ouvir o outro de dois modos possíveis.   São modos de ser e de interagir que causam sofrimentos a quem arrisca falar de sua vida a elas.

O primeiro modo é o ouvir agressivo, violento, metaforizado pela imagem dos cães, em que o outro é destruído, ou devorado, simplesmente porque contou os seus segredos. O ataque à sua intimidade é inesperado.  Como resultado você sai da conversa estraçalhado, machucado.

O segundo modo é o ouvir desatento, com desprezo, metaforizado pela imagem do porco. É o modo de ser que desvaloriza o que ouve. Na verdade, ignora porque não entende o valor e o significado do que está sendo dito. Então, joga na lama e pisa, ou seja, despreza e não dá atenção. Quem fala sai vazio e humilhado com uma conversa assim.

Estes riscos não tiram de nós a necessidade humana de alguém que nos escute. A questão é que estas formas inadequadas de ser podem agir dentro de nós contra nós mesmos. Como? Destruindo ou desprezando nossas mais belas e construtivas iniciativas, incluindo o desejo sincero de estar diante de alguém que nos ouça de verdade.

Psicólogo

Carlos Augusto R. de Souza

Fone: (19) 3241-3281

Espelhos de mim

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  “Porque você repara no cisco que está no olho do seu irmão, e não se dá conta da viga que está em seu próprio olho? Como você pode dizer ao seu irmão deixe-me tirar o cisco do seu olho, quando há uma viga no seu? (…) tira primeiro a viga do seu olho, então você verá claramente para tirar o cisco do olho do seu irmão.”  Evangelho de Mateus

O que impede as pessoas de se verem e se mostrarem como são nos relacionamentos? Quando um encontro de verdade acontece?

A epigrafe acima fala de uma pessoa com o olho irritado, que esfrega seu olho para se livrar de algo. Ela esfrega, esfrega, e nada. Quanto mais esfrega, mais vermelho fica. Isto a irrita. De repente, ela percebe uma outra pessoa com os olhos ainda mais vermelhos que o seu. “É um cisco!” Esquecendo do seu problema diz: “Deixe-me ajuda-la?”.

Isso pode parecer um grande desprendimento. Mas é uma metáfora de como vemos nossos problemas espelhados em outras pessoas.como se o outro fosse um laboratório, ou espelho, a partir de quem tentamos resolver nossos problemas, sem dor. Freud descreveu esse fenômeno humano chamando-o de transferência. Eu transfiro para o outro algo que em mim é difícil reconhecer.

Nós transferimos problemas, sentimentos, ideias, ou situações. Nesse processo de transferência há perdas. A primeira perda é ignorar a própria dor, o próprio sentimento, aumentando o sofrimento e o desconhecimento de si. A segunda perda é prejudicar o relacionamento, ampliando o distanciamento entre a pessoas envolvidas, trazendo a solidão.

A questão da transferência é sua tendência à repetição. É como se eu ficasse o tempo todo, independente do ambiente ou das pessoas, vendo ciscos nos olhos dos outros. Neste círculo repetitivo o novo sempre me escapa.

A boa notícia é que essa repetição, paradoxalmente, traz uma nota de esperança, a de encontrar alguém que me ajude a lidar com estas forças ignoradas em mim.

A Beleza de Deus em Nós

Enquanto dirigia o carro, vez ou outra meus olhos cruzavam com uma bela árvore que mostrava toda a sua exuberância de inverno: Ipês de todas as cores, manacás… Até o Chapéu de sol que a pouco estava todo desfolhado mostrava-se repleto de folhinhas verdes em pleno nascimento. Uma maravilha da natureza! Lembrei-me do Salmo primeiro que compara nossa natureza “como árvores plantadas junto a ribeiros de águas”. A visão de uma floresta ou bosque nativo é a variedade de árvores, cada uma diferente da outra. A beleza de uma floresta é sua diversidade. Assim fomos feitos por Deus, diferentes um do outro, em nosso jeito, dons e talentos. Nisto está nossa beleza. Cada árvore que somos tem a sua estação própria para florescer e frutificar. Cada fruto tem o seu sabor e o seu próprio tempo de aparecer. Pensar assim nos protege de ficarmos comparando ou invejando o estilo de ser, o fruto ou a beleza do outro. Mas a metáfora da árvore nos permite apontar uma necessidade comum em nossa natureza humana: a de estarmos plantados em um solo rico em nutrientes e água. O salmista diz que este solo é a meditação na Palavra-Verdade que nutre nossa vida. O contrário disso é ser palha solta na vida levada pelo vento das adversidades, e morta.